sábado, abril 30

Só naquela do espírito

Uma acção vale mais que mil palavras.

Acho que nunca um ditado popular se afigurou tão verdadeiro.
Faço dele as minhas palavras. Não é necessário acrescentar mais nada.

Fim

É óbvio. Tudo o que começa, acaba. É o próprio ciclo da vida.

O que é que correu mal? Corre sempre alguma coisa mal.
Vale a pena pensar nisso? Não muda absolutamente nada.
Culpar alguém? Culpar todos. Não culpar ninguém. Não disse em cima que era o ciclo da vida?
Há responsabilidades? Mais que óbvio.
Há coisas mal explicadas? Ainda mais óbvio.
Confusões com termos ambíguos? Não houve a inteligência.
Perder tempo quando o outro não perdeu? Nunca fui assim. Não há paciência.

Para quem deu, aparentemente, tudo, mudaste para o nada muito rápido.
Eu, ao menos, posso afirmar que dei quase tudo. Há partes que vão e nunca voltam, mas há sempre aquela réstia que permanece em nós, e não sai. Tal como tu ficaste com partes minhas em ti, eu fiquei com partes tuas em mim.
Clichés ou não, a verdade é que 24 horas sobre 24 estive em ti. E tu estiveste em mim. E o que é que sobra quando as 24 horas não se querem partilhar mais? Restam as memórias. As músicas que antes eram escutadas em conjunto, são, agora, apenas escutadas por um. Os lugares, as rotinas, as pessoas. Passou tudo da perspectiva de dois para a perspectiva de um.
Para o pouco tempo que foi, eu, enganada, dei mais do que aquilo que tu deste. Aqui, a burra fui, definitivamente, eu.

E, surpresa, o mundo não acabou.
A vida continua. São clichés por alguma razão. Acontecem demasiadas vezes.

Começo, começo. Afinal de contas, deste mesmo cabo de mim. Não foi foi da maneira que eu estava à espera.

sexta-feira, abril 29

Mood's Actually

Learn to appreciate what you HAVE, before time makes you appreciate what you HAD

Bem-ditas transformações

Todos nós precisamos de umas, de vez em quando. Acho que é o que mete o mundo a girar.
Vou transformar este blog, então.

Está a apetecer-me.

Vai ficar assim mais visionário. Niiiice.
Vou começar a postar mais música.
E vou começar a escrever as minhas bem-ditas frases que estão sempre nos meus status do Facebook. Fica mais giro, assim.

(Boa-tarde)

Os (contra-)tempos dos negócios tecnológicos

Depois de ler uma notícia no Público online sobre o fecho de videoclubes, não pude deixar de pensar na linha ténue entre o antigo e o moderno, entre o tradicional e o que hoje em dia se pensa ser moda.
Como os tempos mudam. E agora parecia uma velhinha. Que engraçado.
O que ontem era aceitável, amanhã já não o é. O que ontem metade da população praticava, amanhã já será substituído por outra coisa qualquer, que se calhar hoje ainda seria impensável.
É a beleza dos nossos tempos.

Dizia então a notícia que, desde há cinco anos para cá, o número de videoclubes em Portugal tinha diminuído de 1800 para 300, segundo a Federação Portuguesa de Editores de Videogramas.
Razões apontadas: Pirataria. Video on demand (oferta de serviços por empresas como a MEO). Mais pirataria. Malditas boxes.

Poderia agora escrever vinte páginas sobre pirataria. Sobre os excessos de oferta que acabam por negligenciar o que antes eram grandes negócios, mas que depois se tornaram pequenos. Poderia transformar todo este artigo numa crítica gigante à pirataria. Mas toda a gente já conhece o caso. Toda a gente conhece os males que a pirataria traz. E agora pergunto: hoje em dia, isso impede alguém de a praticar?

Em vez disso vou fingir que Portugal é reconhecido por todos como sendo uma grande fonte de avanços tecnológicos. Vou fingir que tem o apoio e mérito merecidos e vou falar de contradições de tendências.
Videoclubes online. Assim já ninguém tem de sair de casa para encomendar o que quer que seja, tal como hoje em dia toda a gente gosta.
Lojas com produtos de cinema.
Espaços de cibercafés.

Quando as ideias são muitas, eu diria que até nem é difícil contrariar as tendências e nadar contra a corrente. Quando se tem força de vontade em criar algo que vá contra o que já está estabelecido, eu diria até que se ganha bastante com ideias nunca vistas.
E viva os novos tempos das tecnologias portuguesas.

A nova geração da arte (urbana)

Graffiti, uma mera representação artística, considerada por muitos um simples acto de vandalismo, por outros a forma de arte mais vanguardista e pura dos nossos tempos. E, depois, a geração que o pinta. A geração urbana, da arte urbana.

A verdade é esta: apesar de ser associada ao vandalismo, por ser desenhada ou escrita em paredes, edifícios e por todo o tipo de infra-estruturas visíveis, a dita arte urbana conseguiu criar um movimento, um pouco por todo o mundo, que já não era visível na arte contemporânea. Fez com que milhares de jovens se unissem por causas em que acreditam e que criticassem aquilo que consideram estar mal. A arte urbana fez com que o seu descontentamento e as suas alegrias fossem expandidos e chegassem a qualquer pessoa, fosse esta culta ou inculta, de classe alta ou de classe baixa.
E não é esse o objectivo primordial da arte?

Desde sempre que a arte foi utilizada, independentemente da forma artística, para nos fazer chegar todo o tipo de mensagens. Paz, terror, opressão e até amor, são sentimentos que, se olharmos com atenção, conseguimos detectar nas paredes que já ouvi dizer estarem “estragadas com gatafunhos” como simples acto de vandalismo.

Mas não confundamos vandalismo com protesto. E Arte é manifestação, Arte é protesto. Acho que sempre foi. E tenho a certeza que, todos os que se dedicam e dedicaram à arte urbana, apenas querem que a sociedade veja que os graffiti não são um atentado ao pudor, mas pinceladas de arte que alguém resolveu deixar por paredes e construções, para serem visíveis a todos a que a queiram interpretar.

Claro que até eu, que considero os graffiti das mais belas expressões artísticas alguma vez inventadas, acho que existem edifícios que não deveriam ser tocados, e claro que será sempre um argumento dizer que cobrir as paredes de spray apenas suja e dá um aspecto degradante. Mas será sempre esse o caso?
Várias Câmaras Municipais já criaram galerias de arte urbana pelas cidades, com o objectivo de conferir alguma legalidade a esta forma de expressão artística e, para atenuar aqueles que a consideram ser apenas uma ofensa à arquitectura das cidades, já existem Planos de Intervenção, como por exemplo no Bairro Alto, que consistem na recuperação de fachadas pintadas com graffiti e na distribuição de kits de limpeza aos moradores para manutenção posterior. Planos estes que prevêem que, em casos de flagrante delito, o infractor não vá a julgamento e que a infracção não conste do registo criminal, mas que fique depois sujeito à limpeza das fachadas.

Para todos aqueles que, independentemente de apelidarem os graffiti de arte ou não, criticam a forma como a arte é usada, pergunto isto:
Não revela uma mentalidade preconceituosa e antiga pensarem que arte é apenas desenho sobre uma tela?

E agora pergunto: será justo apelidar alguém que apenas se quer expressar de infractor?
Se somos tão vanguardistas, como é que é possível negarmos a evidência de que o objectivo não é estragar, mas emendar o que se acha que está mal?
Será que, se vários espaços fossem disponibilizados para esta forma de expressão, o argumento de vandalismo continuaria a ser válido, ou já seria visível a mensagem que verdadeiramente se quer fazer passar?

O quão estreita é a linha entre o que é aceitável e o que, verdadeiramente, deveria ser.

A ilusão de escolha

Há dias deparei-me com uma imagem de uma vaca à porta de uma espécie de mini- labirinto com duas entradas: uma dizia “Direita” e a outra “Esquerda”, dando a ideia de que quem as atravessasse, estaria a escolher caminhos diferentes. Piada da imagem, as duas entradas iam dar, de qualquer maneira, à porta do matadouro.
Não pude deixar de relacionar a imagem com a política que experienciamos há já muito tempo. A porta da “Direita” e a porta da “Esquerda” assumiram-se como os dois lados que, apenas supostamente, dão a oportunidade de se seguir linhagens de pensamento directamente opostas. Claro que isto foi o que aprendemos todos em História, porque não me parece que haja assim tanta diferença entre o que uns fazem e o que os outros praticam (já entre o que dizem e o que executam, aí parece haver um abismo colossal).
No clima de instabilidade política em que vivemos, agora ainda mais agravado, são imagens como estas que retratam na perfeição o dilema que os Portugueses parecem enfrentar cada vez que existem eleições. E arrisco-me a dizer que essa é uma das razões pelas quais o nosso País, outrora grande e com um passado tão rico, parece afundar-se cada vez mais.
Parecem não existir alternativas, os políticos cometem os mesmos erros, fazendo com que a famosa expressão “são todos iguais” fique eternamente relacionada com a vida política do agora (um agora com duração algo parecido com as pilhas “Duracell”). De direita ou de esquerda, bons ou maus, a verdade é que Portugal não sai da crise em que alguém o colocou. A verdade é que, sendo de direita ou de esquerda, qualquer político que passe pela chefia do Governo parece já não ter a capacidade de olhar para além do seu próprio bolso e de realmente conseguir fazer deste país, um país mais rico (não pobre, como o Ex. ‘Engenheiro’ José Sócrates fez questão de afirmar, num aparente grande equívoco, há uns tempos atrás).
Por entre os falhanços de que damos conta, semana atrás de semana, ainda não deve ter nascido a Grande Pessoa capaz de (re) colocar esta nação em forma, ou se já nasceu, está longe de se (re) colocar na luz da ribalta. Mas, também, provavelmente, seria categorizada tal como os seus antecessores.
Culpados também somos nós, que deixamo-nos ficar enterrados no mesmo sítio, a ver os grandes passar a altas velocidades.
Nada muda, e a ilusão de escolha política assemelha-se em tudo à ilusão de escolha da vaca. O que quer que escolhamos, não nos conduz a lado nenhum. Aliás, conduz-nos sempre ao mesmo.

The comeback

Andei desaparecida. Eu sei. E a quem possa estar a ler isto, as minhas mais sinceras desculpas.
Mas também já ouvi dizer que, depois de um desaparecimento assim mais longo, o regresso só pode ser bestial. O bestial não prometo, como é óbvio. Fico-me por prometer dias "blogueiros" mais preenchidos.

Viva aos regressos.

XOXO