quarta-feira, maio 4

Verdade, beleza, liberdade e, acima de tudo, amor

Sentada no sofá, sem nada para fazer. A rezar por algum programa de jeito. De repente, luz ao fundo do túnel. Moulin Rouge. Um clássico destes vinha mesmo a calhar. Deixei-me ficar sentada no sofá, com algo raro de se ver. Um bom filme, daqueles que quase já não se faz. Mesmo na altura em que precisava.

Não querendo falar das prestações de ninguém, até porque me falta o conhecimento e a linguagem para tal, fico-me só pelas mesmas futilidades de sempre. Aquele sotaque do Ewan McGregor, hm hm. Já da Nicole Kidman, nem me atrevo a proferir absolutamente nada.

Há qualquer coisa neste musical. Sempre ouve. Desde a primeira vez que o vi, há quase dez anos atrás. Faltava-me sensibilidade. Não sabia melhor. Mas, com os bons filmes, há sempre algo que nos atrai, e que é à prova de idades.

Para não falar das músicas, que durante todo o filme funcionam como uma espécie de flashbacks e que nos fazem pensar, "hey, eu conheço isto!", as danças são de outro mundo. El tango de Roxanne está simplesmente divinal. Cada passo, cada pormenor. A paixão, a raiva, a atracção. De génio.

O mundo boémio, que tanto querem representar, está completamente filtrado em todo o filme. Os cenários, as cores, os valores. Somos completamente transportados para a época. Para a história.
Até o trágico se mistura por entre o que muita gente, incluindo eu (não o vou negar), considera das melhores histórias de amor da história cineasta.

Histórias que se podem adaptar para os dias de hoje, mesmo que se tenham passado no início do século XX, são o que fazem com que o visionamento do filme perdure. Temas como o amor, o poder, a ganância, a rebeldia. Os clubes nocturnos, o sexo, as drogas. Está tudo lá. E continua tudo aqui.

Talvez tenha sido por tudo isto que chegou a ganhar o Óscar para melhor filme (musical).
E eu, talvez por também ter tido um contacto mais próximo com as músicas originais, dançando-as várias vezes, me tenha deixado levar pelo brilhantismo do filme, quase que me impondo a escrever algumas linhas sobre o assunto.

Verdade, beleza, liberdade, amor. Não é o que todos procuramos? Quer seja na política, ou na nossa vida pessoal? Moulin Rouge simboliza isso mesmo- tudo o que procurámos, e que estamos a deixar escapar

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